Tabagismo e os efeitos no organismo
Mesmo com campanhas e informações na internet de que o hábito de fumar é prejudicial à saúde, muitos brasileiros ainda são reféns do tabagismo. Em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde acredita que 1,2 bilhão de pessoas (cerca de um terço da população adulta) tem o vício de fumar.
Dados divulgados em 2018 pelo Governo Federal mostraram que, em 11 anos, a quantidade de pessoas com o costume de fumar no Brasil caiu 36%. Estima-se que atualmente existam 20 milhões de fumantes, o que corresponde a 10,1% da população. Entre os homens, a estimativa é que 13,2% sejam fumantes, contra 7,5% das mulheres, segundo um levantamento feito pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico.
A pesquisa também mostrou que é a faixa etária entre 35 e 44 anos que concentra a maior parte dos fumantes (11,7%). O público mais jovem (18 a 24) representa 8,5%, enquanto a população com mais de 65 anos corresponde a 7,3% dos dependentes.
As informações podem servir de alerta para as autoridades, tendo em vista que o tabagismo atinge uma das principais faixas etárias para a economia de um país. A conhecida faixa etária produtiva está justamente na que concentra a maior parte de adeptos ao cigarro. De acordo com a OMS, por ano, o tabagismo mata 4,9 milhões de pessoas. São mais de 10 mil óbitos por dia.
Os danos causados pelo tabagismo
Estudos já comprovaram que o tabagismo é prejudicial à saúde. Além de atingir o sistema respiratório, a nicotina é capaz de causar prejuízos ao sistema nervoso central, aparelho cardiovascular e ao aparelho digestivo. Só em relação ao coração, o ato de fumar aumenta o risco de infarto – responsável por mais de 40% das mortes de pessoas idosas por problemas cardíacos.
Assim que a nicotina, presente no cigarro, entra em contato com o nosso aparelho digestivo, ele sofre uma contração. Entre o estômago e o esôfago existe uma válvula capaz de impedir que o líquido estomacal volte, o conhecido refluxo. Este músculo perde sua força, e até mesmo a função, devido ao uso contínuo e excessivo do cigarro. Com isso, o refluxo pode provocar a inflamação do esôfago, tosse, rouquidão crônica e problemas dentais.
O tabagismo pode causar cerca de 50 doenças diferentes no ser humano. Entre elas estão a gastrite, úlcera e até mesmo câncer no aparelho digestivo. Geralmente, as pessoas associam ao cigarro apenas os problemas que atingem os pulmões, mas os malefícios do tabagismo podem ser sentidos no corpo inteiro.
Entre a composição do cigarro, está o alcatrão – uma substância que conta com cerca de 4.000 compostos químicos. Entre tantos, pesquisadores já encontraram resíduos de agrotóxico chamado de DDT. O Dicloro-Difenil-Tricloroetano ficou mundialmente conhecido devido à sua propriedade inseticida. Em contato com o aparelho digestivo, a substância pode provocar irritação das paredes do estômago, provocando no fumante a sensação de náuseas.
O nosso estômago pode metabolizar parte destas substâncias tóxicas, o que pode favorecer o desenvolvimento de gastrite e até de doenças mais graves, como a úlcera e o câncer, que, por sua vez, pode atingir vários órgãos do aparelho digestivo, como: boca, pâncreas, fígado e o reto.
Quem fuma tem mais probabilidade de sofrer com câncer no estômago e nos intestinos, doenças difíceis de serem diagnosticadas. Um dos motivos é por não apresentarem sintomas evidentes. Em geral, podem provocar náusea, vômito, diarreia e azia. Em muitos casos, quando o câncer é descoberto, a doença está avançada e já sofreu metástase, ou seja, já se espalhou para outras partes do corpo.
Além disso, o tabagismo também pode desencadear outros problemas, como doenças ligadas ao fígado. Cirrose biliar primária é um exemplo de complicação provocada pelo cigarro.